DESCONSTRUINDO PARA NÃO MORRER!

Não vejo outra forma de melhorar, de crescer, de mudar, que não seja essa: desconstruir. Destruir é aniquilante, você não aproveita nada. É a negação total do que pode ter servido como uma experiência para não ser repetido (caso tenha sido ruim), ou se foi bom, para ser lembrado. Estou nesse processo solitário, doído, lento e invisível aos olhos do mundo. É uma merda. Não há como se isolar para você se tratar, como se faz com uma tuberculose ou um conjunto de fraturas. A medicação existe, é imprescindível, mas as feridas estão na alma e a dor, tão grande e tão real quanto qualquer outra, só são percebidas por quem as têm.
E com isso você é rotulado, estigmatizado com infindáveis adjetivos que vão dos mais banais como, mal-humorado, intransigente até que chegam os mais pesados como nomes tipo esquizofrenia.

O mundo continua, a vida corre cada vez mais rápido e precisamos nos adaptar à ela. Não existe manual de instrução, kit de sobrevivência ou receita de bolo para que fiquemos em pé agarrados à grande roda-viva. Encontrei a minha maneira (pouco ortodoxa), mas que tem funcionado bem. Se Navar vêm é bem recebido. Minha imaginação sem limites faz parte do pacote e cria coisas além do que eu gostaria de imaginar. Talvez este seja o preço que tenho que pagar. Não tenho medo dos meus fantasmas, aliás, de nenhum. Não tenho medo de nada. Ouví dizer que é ruim não ter medo, porque uma pessoa sem medo é uma pessoa sem esperança. Será? Não tenho essa resposta. Hoje eu só quero paz, porque estou cansada. Queria fechar os olhos e acordar no Tibet, meditando com os monges e ficar por lá por um tempo incontável, distante do relógio que aprisiona todos nós. O cansaço é muito grande. A desconstrução fragmenta a gente. Preciso dormir.

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