LEMBRA QUE O PLANO ERA FICARMOS BEM?

Uma vontade de cozinhar quase que arrebatadora me acometeu hoje. Nada demais, pois o cenário estava perfeito: a vista da serra coberta pelas nuvens, tempo nublado, o frio e a música. Sem síndrome de Babette, não queria nada de sofisticado, mesmo porque meu pensamento oscilava entre o saudosismo das receitas e o momento delicado que circunda entes tão queridos mergulhados na dor e na impotência. Mas alí estava eu, preparada para transformar temperos e destilar todos os meus sonhos na forma de pratos como sei fazer nos meus melhores (?) momentos. Pronto! A cerveja estava perfeita e minha panela pronta para transformar-se em caldeirão. Ao contrário do que todos pensam, os meus melhores ingredientes vêm das notas melodiosas que transportam-me pelos tempos e pelas histórias que viví. A momentos e lugares há tempos esquecidos. Hoje, estive tão longe que num determinado momento pude sentir meu peito se encher de felicidade, de maneira tão intensa que meu coração acelerado me fez voltar à realidade mais depressa. Ao abrir os olhos, me ví em pé na cozinha, em lágrimas, com os braços entrelaçados sobre o peito como quem quer guardar aquela sensação pra sempre. Eu estava em prantos. Continuei no meu ritual, o pranto cessou e fiquei em paz. Foi a música "Vento no litoral" que me deixou assim, foi maravilhoso. Terminei o almoço ao som do The Cure e seu "Boys don't Cry". E daí? I'm a girl.




"...Aonde está você agora além de aqui,
dentro de mim?...

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