Anônimos

Somos a geração da escolha sem escolha. Do consumo consciente, política incoerente e da sociedade demente. É o preço alto que pagamos por uma geração passada que não plantou bem para que colhêssemos um futuro (presente) bacana. A conta sobrou pra nós. Somos a geração das viroses, da alergia, da reciclagem do lixo, do banho cronometrado, do apagão, do assalto relâmpago, do crack, do celular e da globalização. Nossos inimigos escondem-se em qualquer lugar e aparecem derrubando prédios com boeings, explodindo embaixadas em carros-bomba, distribuindo vírus letais por carta, invadindo contas bancárias pelo computador ou simplesmente, tentando agredir verbalmente as pessoas por meio de mensagens virtuais que covardemente não assinam.

Não somos a geração Coca-cola. Somos a geração Coca-zero, com zero açúcar. Somos empregados de conglomerados cujos patrões não têm nome; votamos no menos pior porque temos o direito (obrigatório) de exercer nossa cidadania. Que mundo é esse? Quero ter o direito de ir e vir, garantido pela declaração universal dos direitos humanos. Ir como? Impostos, sobretaxas arrancam o mínimo que temos e o governo insiste em ser nosso sócio. Não dá nem pra querer ser planta, porque estão desmatando o pouco de verde que ainda resta na terra. Querer ser bicho então, é loucura, pois as peles cobrem as pessoas feias que insistem em mostrar em que monstros os humanos são capazes de se transformar. Querer ser pedra? E as mineradoras? Estão vendendo e comprando tudo fornecidos pelas nossas belas serras, que deixarão de assim ser um dia. Deprimente tudo isso. Esses atos absurdos têm uma grande quantidade de (ir)responsáveis e todos sem rosto. Fica mais fácil não dar a cara a tapa. Afinal, não têm coragem pra isso. Assine embaixo do que diz, se for capaz!

Cláudia Braga