Paranóticas

Meu peixe morreu. Cosmo era seu nome. Amanheceu boiando no canto do aquário. Nunca imaginei que ficaria deprê por causa disso. Bodei total logo de manhã. Abrí o bocão. Como uma boa mulher em crise, fui para a Savassi afogar minhas mágoas numa comprinha básica.Tudo quase certo, afinal, nada de grana sobrando. Volto pra casa e fico à espera das power puff girls: Nana, Bell e Bia. Nana chega e na sequência a dupla dinâmica toca o interfone. Após cumprimentos, beijos e abraços, inicia-se a maratona virtual de jogos. The Sims rolando nos micros do escritório e só ouço as frases entusiasmadíssimas, contrastando com o meu total desânimo: "Putz, matei meu filho afogado"; ou "Eba! Aprendí a matar dois de uma vez". Convoco as três meninas para uma pausa no meu cafofo e falo: "Moçada, acho que aquilo é uma máquina de criar serial killers." Elas, caem na gargalhada. Completo, (ironizando, lógico) dizendo que acho melhor elas fazerem uma novena..rezar..essas coisas... Elas, continuam rindo e a Bia (TINHA que ser a Bia), solta essa de que somos paranóticas (= paranóicas + neuróticas). Na verdade, ela falou errado, mas eu gostei da idéia e adotei. Já fomos Bratz (aquelas bonecas cabeçudas de olhos enooooormes), na fase light, mas hoje, enquanto faço este post com a Bell ao meu lado, a Nana se delicia ao contar que o bebê da família virtual dela morreu com a casa pegando fogo. Sinal dos tempos, mulherada doida, divertida e paranótica. E eu? Quero o cosmo de volta.