Sutilmente


Descobrí que há coisas que não podem ser dadas. Por serem tão suas, tão integrantes do seu "eu", que o entendimento dessa doação fica difícil de ser alcançada pelo outro. É como se você quisesse homenagear alguém e amputasse um dedo para lhe ofertar. Sei que o exemplo é exagerado, mas para mim essas coisas funcionam assim. Tenho uma ligação muito forte com a arte, e esta, como mais nada, consegue nas suas variadas formas de representação compilar sentimentos tão nossos que muitas vezes chego a me "apropriar" mentalmente de algumas dessas peças. Há momentos em que sinto-me invadida, desnudada, repreendida e porque não confortada também? Sempre me lembrarei do dia em que fiz a descoberta de que as pessoas não estão preparadas para receber nossos pedaços. Primeiro, quem garante que elas os querem? Segundo, não sabemos nada dos outros e eles podem jogar nossos pedaços fora. Comigo, quando aconteceu, num primeiro momento soou como um descaso, mas hoje entendo que para se transpor portas invisíveis requer que ambos estejam com um pé fora da realidade e outro fincado aonde se quer estar. Só eu sabia de mim ou talvez só eu quisesse estar. Who Knows?


A música que me traduz e que me fez chorar durante
o show do Skank no dia 21/06/09 em BH.

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