Cyrano de Bergerac
Noite de insônia, calor infernal. O controle remoto parecia uma extensão da minha mão zappeando por vários canais, que mostravam desde programas que prometiam o reino dos céus, até outros que leiloavam matrizes bovinas. Tinha os programas cabeças, programas sem cabeça nenhuma e filmes de toda espécie. Eu precisava de algo que esvaziasse minha mente pois tinha trabalhado o sábado todo e simplesmente não conseguia desacelerar as idéias. Um inferno. Sonho com o botão de liga/desliga mental. Quem conseguir inventá-lo ficará milionário e com certeza, fará o mundo menos neurótico e estressado. Então, o que fazer? Para meu azar eu havia esquecido meus óculos na agência e leitura seria missão impossível. (Que óoodio). Tenho astigmastismo e hipermetropia em um olho só e me recuso bancar o Pirata do tietê tapando um olho pra ler. Isso jamais!
Resolví deitar-me e deixar a tv ligada programada para desligar em 10 min. Ví que no ALTAS HORAS, Casagrande, Fernanda Paes Leme, NX Zero, Afro-reagge e o vocalista do Sepultura se dividiam em São Paulinos, Palmeirenses e Flamenguistas discutindo para ver quem iria ganhar o campeonato brasileiro. (!?) Helloooowww! Eu, atleticana, exausta fisica e mentalmente, estava mau-humorada e pouco me lixando para aquele povo falando merda naquelas altas horas da madrugada. Mudo o canal e voilà.
Gerard Depardieu surge com seu chapéu e sua capa, sob a varanda de Roxana falando do seu amor em versos, sem que ela soubesse quem era ele. Estava no início de um filme que há tempos eu havia assistido. O filme: Cyrano de Bergerac. Era tudo o que eu precisava naquele momento. Foi como uma catarse, pois deixei aflorar minhas emoções como se me transpusesse para aquele universo da ficção e eu e os personagens estivéssemos no mesmo lugar. Foi impossível não fazer analogia filme/realidade. Enamorei-me do protagonista de alma tão linda e figura grotesca. Não me contive e chorei. Chorei muito. Chorei pelo sentimento intenso que ele traduziu em palavras. Chorei pela ignorância e pela incapacidade das pessoas em não captar as sutilezas de pequenos gestos do cotidiano. E numa espécie de descarga emocional, chorei pela falta de poesia na vida e por estar cercada de olhares que não alcançam além daquilo que os olhos vêem. De alma lavada, dormí em paz.
Gerard Depardieu surge com seu chapéu e sua capa, sob a varanda de Roxana falando do seu amor em versos, sem que ela soubesse quem era ele. Estava no início de um filme que há tempos eu havia assistido. O filme: Cyrano de Bergerac. Era tudo o que eu precisava naquele momento. Foi como uma catarse, pois deixei aflorar minhas emoções como se me transpusesse para aquele universo da ficção e eu e os personagens estivéssemos no mesmo lugar. Foi impossível não fazer analogia filme/realidade. Enamorei-me do protagonista de alma tão linda e figura grotesca. Não me contive e chorei. Chorei muito. Chorei pelo sentimento intenso que ele traduziu em palavras. Chorei pela ignorância e pela incapacidade das pessoas em não captar as sutilezas de pequenos gestos do cotidiano. E numa espécie de descarga emocional, chorei pela falta de poesia na vida e por estar cercada de olhares que não alcançam além daquilo que os olhos vêem. De alma lavada, dormí em paz.
".... o meu coração não quer dinheiro, quer poesia."
Zeca Baleiro
Zeca Baleiro
que lindo claudex :) nada como um choro daqueles pra se sentir aliviada.
ResponderExcluirah o comentário aí de cima foi meu. rsrs
ResponderExcluirbjs
Paollita