Tranças

Frases rompidas,
ilusões comprometidas.
Tudo o que o avesso inspira,
pode não passar de loucura assumida.

Me veio com esforço,
do começo, um retorno.
Na dança de longos fios,
no cruzar simétrico de trilhos
tramas e artimanhas, em lembranças,
aparecem com a força de leoas no cio.

A tudo isso eu me entrego,
minhas neuras e meu tom cético,
fantasias em que hoje me realizo.
Não temo mais o espelho
porque ligo o “foda-se” para o mundo.
Com as tranças do meu cabelo,
sei que bato, não balizo

Desisto da outra que há em mim
e encarno “ela”, a personagem
(como se isso fosse vantagem).
Saio de cena, sem o menor problema.
Medusa pede passagem.


Elektra Natchios – 22/06/2003 – 21:35h
(Há um certo poder nisso... Sansão que o diga.)

Comentários

  1. Muitas vezes, quem escreve o Sentir, não o faz por demonstrar fragilidade, nem tão pouco a falta de rumo, onde só o inferno parece certo pra receber sua alma. Não! Muitas vezes, esse conjugar de palavras duras e ásperas, vem ser a forma mais eloqüente e lúdica de gritar o Sentir amordaçado.
    Eu, absorvidos de tão certas palavras, apenas gostaria de dizer: Que fortaleza é essa que habita dentro dessa mulher... Que fortaleza tanta ela guarda dentro de si, para conseguir administrar de forma hercúlea as agruras dos negros momentos, e ainda assim, continuar a sorrir.

    Pois que continue Elektra.. Ria, bata, chore e se encolha, se assim achar necessário. Durma Medusa, acorde Fênix.

    Essa é apenas uma das proezas daquelas “Mil Mulheres”.

    E.Navarre

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