VIOLETA DE OUTONO



A flor que brotou
na estação do frio,
era uma planta sem nome
imagem estranha sem brio.
Flor sem perfume, sem manha
Desprovida de graça, de cor indefinida,
brotou sozinha, tristonha
naquele canto esquecida.
Por um segundo ou descuido
olhei-a mais de perto
e em suas pétalas escuras
vi meu peito aberto.
Deparei com uma estranha imagem
no espelho da minha alma
o reflexo de mim
numa visão confusa, alucinante miragem.
E sentí finalmente
naquela flor sem dono
ser pequeno de alma gelada,
nascida na pedra, sem brilho, nem nada
Ela, sou eu, violeta de outono.

Pintei minha alma de magenta e ciano porque o preto, cansou-se de mim.
Electra N. Barbabela - 25/07/2004

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