Patéticos, palhaços, hilários ou ridículos?

 
Vivemos na era dos conceitos: tudo milimetricamente medido ao ser falado, pois o sentido certo ou errado de uma palavra pode derrubar reinos, ganhar eleições ou até mesmo salvar o planeta. Exageros à parte, estamos cada vez mais presos a um discurso pronto. Rótulos pré-estabelecidos pela sociedade selecionam de qual geração você advém (x, y ou z), a qual classe sócio-econômica você pertence e de qual tribo você faz parte. Aí vem as subdividões dessa rotulagem invisível, porém real: faixa etária e acesso à cultura (diferente de acesso à ensino). Esses dois lidam com comportamento, com aceitação de si mesmo, mas não determinam como cada um deve agir. Livre arbítrio existe para isso, mas a rotulagem cretina serve de argumento para dizer o que deve ou não ser feito. E a sociedade corrobora e nega ao mesmo tempo. Faz sentido pra você? Não?
Então pegarei de exemplo os mais puristas que sentam no pedestal da sua maturidade, vivenciando a plenitude de suas conquistas, bebendo seus destilados escocêses até cairem. Estes, ah, estes PODEM, pois, são maduros. Porque só assim, conseguem sair da casca e viver um pouco. Precisam ter coragem para não se sentirem ridículos. Não importa se vão sair pelados, agir como adolescentes mesmo tendo a idade de seus netos. Se o fator idade não for problema, basta ter uma robusta conta bancária, passaporte com carimbo dos cinco continentes; o álibi tem griffe. Desde que estejam regados a um doze anos ou a um bom vinho francês, a sociedade libera. Rótulos não foram feitos para serem colados em gente assim. Nem mesmo se a loucura vier em marés de pseudo-incenso ou em carreira brancas aspiradas em notas de um dólar. Pode até virar filme como o do Cazuza. 
Por isso, defendo as coisas como são, sem rótulos, sem medo de ser estranha e nem precisar de subterfúgios para ser diferente. Não preciso da aprovação de ninguém. As pessoas dizem que fantasia é falsidade sem saber é que elas é que são falsas por querer encarar a vida sem ilusão.

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