Hello, campanha anti-Halloween?

Puxa, é o dia das Bruxas!



Descurto a falta de esforço em se adaptar e traduzir termos e conceitos, mas não discuto a importância de estarmos em contato com o mundo. Desprezo a adoção indiscriminada de produtos culturais go-go-goela abaixo, mas o protecionismo ideológico é, tanto quanto, idiotizante.

Bruxas, magos, feiticeiros, mágicos, encantadores (quantos termos!), além de vampiros, lobisomens, múmias, fantasmas, caveiras, zumbis e etc estão, sim, muito arraigados no imaginário brasileiro desde a infância. Causos de assombração são (com eco dramático) narrados nos grotões e confins e além (pra não deixar de mencionar o além!) nessa nossa terra fértil.


Celebre-se, sim, o saci. Dêem-no um dia só seu. Sacie-se a fome por magia também com narrativas de curupira, mula-sem-cabeça, boto rosa, iara, bernunça... Mas freie-se essa marcha tola do revisionismo. Deixem em paz os contos de fada, o dia das bruxas, o natal (nevado, sim, de clara em neve que seja!), o Harry Potter, e, vejam só o nó que deu:


Deixem em paz Monteiro Lobato. Atualmente na mira dos inquisidores revisionistas, ele, o ilustríssimo literato, o maior responsável por apresentar justamente o saci para as gerações de brasileiros. O saci e a si próprios, pois em Monteiro Lobato, elementos do nosso folclore, cultura, história foram eternizados e justapostos aos de outros povos... a mitologia grega, por exemplo. Equação perfeita para o que veio a se chamar, tempos depois, de aldeia global. Um olho no fundo do quintal, o outro, tal e qual, no mundo.

Um apelo(amordedeus): cessem a caça às bruxas - literal e literária.

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