Ostra feliz não faz pérola


Este é o título do livro de Rubem Alves que nos presenteia já na contracapa com o seguinte texto:
"“Ostra feliz não faz pérola”. A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faca sofrer. Sofrendo a ostra diz para si mesmo:“Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas…” Ostras felizes não fazem pérolas… Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. A ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor, Não é preciso que seja uma dor doída…Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi".
Concordo em gênero, número e grau. Acho que essa foi a tradução mais suave e intensa da associação do processo criativo com o emocional/depressivo. Sentí a carapuça enterrar no pé.
Gostei de ter lido isso hoje.

Comentários

  1. Lindo!
    E a gente sempre tem a sensação que são somente os risos que nos fazem melhores a cada dia. Lágrimas, muitas vezes não rolam por conta de uma dor, muitas vezes pela alegria provocada depois de uma longa saudade.
    Parabéns ao Sr. Rubem por palavras tão certas. Parabéns a você também Claudia, onde muitas vezes no sintetismo dos seus pensamentos, nos causa horas e horas de reflexão.

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