Ticket to Ride

It´s me!

Março é o mês das formaturas. Bom, se não era, passou a ser. Recebí nos últimos 10 dias, três  convites para colações de grau, sendo que duas delas, com mesma data e local: 12 de março, Chevrolet Hall.

Opa! Pensei com meus botões que poderia chegar, participar da primeira e aguardar a segunda, já que os horários eram 19h e 21h, respectivamente.

E lá fui eu com meu convite pessoal e intransferível até a entrada do Ginásio/teatro/casa-de-show Hall, quando o porteiro (parecendo o Will Smith em MIB), me disse que eu ainda não poderia entrar porque o meu convite era para o evento das 21h e que o mesmo não valia para o evento das 19h.

Olhei para o homem de preto e tentei argumentar que eu era convidada das duas formaturas e que a apresentação do ticket "pessoal e intransferível"  deveria servir para os dois (afnal, quem vai querer assistir a uma colação de grau que não seja de alguém muito querido?). Mas de nada adiantou.

O jeito foi tentar fazer contato com alguém que já tinha entrado para trazer os tais convites. Mas, como sempre a lei de murphy impera nessas horas. O tempo foi passando e ninguém atendia o celular. Até que finalmente um bom filho de Deus recebeu a mensagem e veio nos trazer os convites, apesar da resistência do exército MIB de plantão que não queria deixar nosso portador chegar até o pé da escada e fazer a entrega.

Quando finalmente o convite foi entregue e repassado para o cover do Will Smith, o mesmo olhou para o pequeno pedaço de papel em sua mão e disse: "Vocês não podem entrar"

- "Oi? Como não?"- perguntei sem entender

- "O convite era para as 19h e agora são 20h" - respondeu o homem todo cheio da própria razão.

- "Claro que são 20h, respondí com sarcasmo. Cheguei aqui mais cedo e você não me deixou entrar porque o convite que eu tinha era para mais tarde. Expliquei que era convidada para a formatura das 19h. Só agora a liberação chegou em minhas mãos. Lógico que se  passou um tempo, mas a formatura ainda não acabou".

(no fundo, a vontade que eu tive foi de dizer: "olha, na vida real não existe a tecla pause para que interrompamos a vida até resolvermos os problemas. Dá pra me lberar logo, sua anta?"). Claro que eu não disse isso, mas juro que passei todo o tempo em que fiquei dentro do Chevrolet, com isso martelando em minha cabeça.

Enquanto a interrogação aumentava no semblante do cidadão e ele tentava arranjar outro argumento ou sei lá o que, passei por eles, como quem diz "Ok, obrigada pela compreensão".

Subi as escadas, entreguei o convite e entrei.  A aventura tinha terminado. Deu tudo mais que certo.